Vino 101 – Comprando Vinhos Italianos

Vino 101 – Comprando Vinhos Italianos

Para entender o valor do vinho comprado, o primeiro passo é entender o rótulo escolhido. Literalmente, saber o que significa o título inserido na frente da garrafa tão desejada. Na Itália, você encontrará vinhos rotulados de quatro maneiras: por variedade de uva, por região, por estilo e por nome do vinho. Às vezes, serão mais de uma das informações acima na garrafa, outras, apenas uma. Para não restar dúvidas, vamos entender cada um desses tipos: 

 

 

Variedade 

Vinhos rotulados a partir da variedade da uva utilizada, indicam, como o nome já diz, a variedade majoritária na produção do vinho em específico, mas isso não garante que o vinho seja 100% da uva descrita. Na Itália, para um vinho ser rotulado assim, ele necessita ser no mínimo 85% a partir da uva em específico. Mas em rótulos assim, já conseguimos encontrar rótulos de valor. O Piemonte, por exemplo, é famoso pelos rótulos Barolo e Barbaresco, produzidos a partir da uva Nebbiolo, ou seja, muitas qualidades intrínsecas à uva, estarão presentes em algum vinho rotulado apenas como Nebbiolo. Claro que não encontraremos o mesmo nível de elegância e sabores e aromas que se desenvolvem durante fases específicas da produção, mas é uma boa alternativa para gastar menos na hora de comprar um vinho. 

 

 

Região   

Comumente associada aos rótulos europeus. Rótulos assim, também podem estar associados a um estilo de produção, por conta das regulamentações europeias bastante restritivas, como Chianti, que apesar de denominar uma região de produção, também indicará que o vinho foi feito com pelo menos 90% Sangiovese. Entender o rótulo por região é importante, para saber se a casta de uva utilizada é bem adaptada ao terroir específico e até mesmo se é ou não um estilo regional protegido por lei. Entender as regulamentações europeias de DOC, DOCG e IGT também é importante para saber a importância da região, algo que você pode conferir aqui.   

 

 

Estilo 

Agora sim você precisa entender regulamentações europeias! Os estilos de vinho são muito protegidos por lei. Eles são uma união dos dois tipos de rótulos acima, eles indicam tanto variedade quando região: Brunello di Montalcino, Montepulciano d’Abruzzo, Primitio di Manduria, Bardolino… os estilos são quase infindáveis! A partir do estilo de vinho, já podemos saber várias qualidades marcantes do rótulo e entender se ele se adapta ou não ao nosso gosto e se o seu valor é bom ou não.  

O estilo também pode indicar similaridades entre rótulos com valores muito diferentes, um exemplo é o Brunello e o Rosso di Montalcino, ambos produzidos na mesma comuna, com 100% Sangiovese e envelhecidos em barris de carvalho. A diferença? O Brunello é envelhecido por no mínimo 5 anos, enquanto o Rosso, apenas 1 ano por lei. Não, não estamos falando que o Rosso é a mesma coisa que o Brunello! Mas pode ser uma alternativa em conta, por conta de diversas semelhanças entre eles. 

 

 

Nome 

O último tipo de rótulo que você vai encontrar, são nomes dados pelo produtor ao vinho em específico. Esse tipo de rotulação é normal com vinhos que não se encaixam na rotulação pelos três estilos acima, por usarem um corte de diferentes uvas, não ser similar com produtos mais clássicos da região e muito menos não seguir um estilo determinado por lei. Os mais famosos com esse tipo de rótulo são os Supertoscanos, produzidos inteiramente na região da Toscana, mas proibidos por lei de serem rotulados como vinhos regionais, por usarem um corte de uvas francesas como Carbernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Syrah. Quando se deparar com um rótulo assim, o ideal é pesquisar diretamente no site do produtor ou perguntar a um sommelier da loja, para entender a produção completa do vinho.  

 

Encontrando Vinhos com bom Custo Benefício 

 

Primeiramente, precisamos ter em mente algo claro: o valor dos vinhos é uma mistura entre objetividade e subjetividade, sabores, aromas, notas influenciam no valor assim como os processos de produção, tempo de envelhecimento, ano de safra e local de produção. Provavelmente, um vinho caro será maravilhoso, mas não quer dizer que não existam vinhos deliciosos e elegantes por valores mais em conta, além das dicas acima, confira alguns segredos para achar vinhos de ótimo valor: 

 

1 – Conheça regiões desvalorizadas 

 

Se você gosta de vinhos encorpados e potentes, mas não acha que um Barolo está no orçamento. Tente experimentar vinhos da Puglia! A península ensolarada no sul da Itália é lar de variedades de uvas que criam excelentes e potentes tintos para o dia a dia. Primitivo, Negroamaro e Montepulciano são ótimas alternativas para o cotidiano por um valor mais em conta. O Nero d’Avola siciliano também é outra alternativa. Se prefere vinhos mais leves e elegantes, mas os valores de vinhos Toscanos te assustam, a Umbria é lar de algumas opções com valores bem mais em conta. 

 

2 – Conheça uvas de menor prestígio 

 

Você pode encontrar alternativas também a uvas clássicas em variedades de menor fama. Pinot Gris? Garganega é uma ótima opção para vinhos semelhantes. Sangiovese? Confira a Sagrantino da Umbria! Conheça o seu gosto e quais grandes vinhos você gosta, e adapte o seu cotidiano a variedades similares de menor renome com preços mais atraentes.  

 

3 – Conheça a produtividade das safras  

 

Equação básica: se em 2014 produzi 15 garrafas e em 2015 produzi 1500, qual garrafa será a mais cara? Provavelmente a de 2014. Pesquise a produtividade de safras dos vinhos que você ama para achar qual provavelmente será mais barato e, dessa vez, com resultados quase idênticos!