Vino 101 – Estilos de Vinhos Italianos
Já falamos que são mais de 500 estilos de vinhos produzidos na Itália, né? Somente em nossa adega, você encontra mais de 900 rótulos diferentes do país da bota. Mas saber todos, é uma tarefa árdua até mesmo para os melhores sommeliers. Para lhe ajudar a entender mais sobre a vinicultura italiana, separamos 23 dos principais estilos de vinhos italianos por região de produção e as principais uvas cultivadas nessas regiões.
Barolo: Considerado o Rei dos Vinhos, o Barolo é produzido em 11 regiões diferentes do Piemonte. Para ser chamado de Barolo, ele deve ser produzido exclusivamente com uvas Nebbiolo e envelhecido por no mínimo três anos em barricas de carvalho em regiões determinadas por lei. É um vinho tinto seco, com alta quantidade de taninos e muita acidez. Perfeito para pratos com sabor igualmente robusto.
Barbera: ironicamente, talvez o vinho mais contrastante aos da uva Nebbiolo são produzidos na mesma região a partir da uva Barbera. Esse estilo homônimo a variedade utilizada é um vinho tinto moderno de alta acidez e baixos taninos. Apesar de historicamente ser considerado um vinho de baixa qualidade, os produtores atuais utilizam diversas técnicas que realçam enormemente o sabor do vinho e formam rótulos de excelente custo-benefício.
Dolcetto: A Dolcetto produz vinhos com sabores muito frutados e acidez menor que de seus conterrâneos do Piemonte. Ela é plantada geralmente nas áreas mais frias da região, passando por muito tempo ainda nas parreiras. Assim, apresentam aromas intensos de frutas maduras. É um vinho excelente para ser consumido ainda jovem.
Moscato d’Asti: um frisante altamente aromático, doce e branco. Possui baixíssimo teor alcoólico (cerca de 5,5%). Por seus aromas intensos e diversos, é uma escolha muito popular para parear com sobremesas e outros doces.
Bonarda: não confunda com a Bonarda Argentina. Apesar de a variedade dos hermanos ser amplamente reconhecida, a variedade do norte da Itália produz vinhos de alta qualidade. Se caracterizam pelos aromas florais intensos, boa estrutura e baixa acidez. São vinhos amplamente consumidos na região, mas difíceis de serem encontrados fora da Itália.
Franciacorta: esse espumante do norte da Itália pode ser considerado um irmão do clássico Champagne Francês. Suas formas de produção são quase idênticas, envelhecidos em garrafa que resultam na fermentação e gases que tanto amamos dos espumantes. Porém, além das clássicas uvas francesas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier, a Franciacorta pode ter Pinot Blanc. Possue altíssima acidez, aromas de frutas brancas e um teor alcoólico mediano (cerca de 11%).
Amarone della Valpolicella: é uma denominação DOCG de produção exclusiva na sub-região de Valpantena. Assim como o Valpolicella, é produzido a partir de um corte de Corvina com outras uvas. O Amarone é um vinho de alto teor alcoólico (acima de 14%) e sabor intenso. Sua alta intensidade resulta em taninos aveludados, um amargor característico do estilo e um final longo e persistente.
Valpolicella: a região de Valpolicella é para o Veneto o que a região de Montalcino é para a Toscana. Lá, encontramos 3 estilos de vinhos, geralmente feito a partir do corte de uvas Corvina com outras variedades regionais. Entre os estilos da região, é o mais simples, resultando em vinhos tintos secos, leves e frutados. São excelentes para se consumir ainda jovens.
Valpolicella Ripasso: o estilo “ripasso” consiste em repassar as cascas das uvas do Amarone em outro vinho, dando a este novo vinho mais cor, estrutura e aroma. Possuem estrutura menos intensa que o Amarone e mais jovial, mas ainda são relativamente intensos e altamente gastronômicos. Novamente, a Corvina é a queridinha dos cortes do Ripasso.
Prosecco: Feito com as uvas Prosecco, também chamadas de Glera, esse espumante é comumente comparado ao Champagne francês, porém, suas formas de produção são diferentes. O Prosecco não é envelhecido em garrafa como seu primo francês, a mistura de fermento e açúcar é adicionada ao vinho base em um grande tonel, onde passa por uma segunda fermentação, e então o fermento libera CO2 o vinho é filtrado, engarrafado e pronto para o consumo.
Vermentino: é uma uva branca amplamente cultivada em diversas regiões vinícolas ao redor do Mediterrâneo e a mais cultivada na região. Os rótulos homônimos da Liguria, são frescos e com aromas e sabores minerais, por sua produção próxima ao mar. São vinhos brancos secos, não muito ácidos de teor alcoólico médio e um leve amargor no final (característica da uva Vermentino).
Lambrusco: é um frisante produzido a partir de uma família de 8 uvas tradicionais da região. Há registros de sua produção desde 160 a.C, ou seja, sabemos que estamos falando de uma bebida “old-school”. Contudo, foi somente a partir do séc. XVIII que o frisante passou a ser produzido a apreciado amplamente, por terem sido criadas garrafas capazes de conservar o gás da bebida. Podem ser tanto secos quanto suaves. O que é frisante? Confira o nosso guia anterior para entender os tipos básicos de vinhos!
Brunello di Montalcino: A combinação de potência e elegância do vinho da região, fizeram da cidade medieval de Montalcino um destino para todos os amantes de vinhos. Desde o final de 1800, o vinho icônico tem sido feito exclusivamente com uvas Sangiovese Grosso. Os rótulos passam por no mínimo 2 anos de envelhecimento em barris de carvalho e devem ter um total de 5 anos de envelhecimento para ser considerado um Brunello DOCG ou 6 anos para Brunellos Riserva. Não sabe o que é DOCG e Riserva? Confira nossa aula passada.
Chianti: São vinhos produzidos na região entre as cidades de Siena e Florença, a partir de uvas Sangiovese e as vezes com outras variedades como Canaiolo, Colorino, Cabernet Sauvignon e até Merlot. Apresentam cor rubi quando jovens e os rótulos mais envelhecidos tem tonalidades mais alaranjadas. Os rótulos costumam ter corpo médio, notas de frutas vermelhas, especiarias e herbáceas. Confira tudo sobre esse símbolo da Toscana aqui.
Supertoscanos: é um termo para um estilo de vinho produzido na região vitivinícola da Toscana. Eles incluem uvas regionais e também estrangeiras, principalmente as francesas Carbernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Syrah. Esses vinhos, apesar de muitas vezes feitos com uvas não italianas ou por cortes de diferentes variedades, são IGT, ou seja, todas as etapas de produção estão restritas à Toscana. Apesar de ser um tipo de vinho muito jovem, já se destaca entre os sommeliers e possuem uma infinidade de sabores e aromas, por conta da infinidade de combinações possíveis em sua criação. Mas uma coisa é certa, a qualidade é enorme!
Grechetto: a Grechetto é uma variedade de uva grega, com registros de produção desde a época em que o vinho era destinado ao deus Dionísio. Porém, hoje é no centro da Itália que essa uva brilha. O vinho Grechetto é um vinho branco seco, perfeito para beber jovem, refrescante e herbáceo. Suas características únicas o tornam um dos poucos vinhos excelentes para se harmonizar com sopas, caldos e pratos ricos em especiarias.
Frascati: o vinho ícone de Roma! O solo vulcânico rico em potássio da região cria um vinho branco de alta qualidade, muito frutado e de alta acidez. Esse estilo é um corte de no mínimo 70% uvas Malvasia, possuindo, entre outras uvas, Trebbiano e Bonvino. Os rótulos Superiore apresentam mais corpo e elegância e os Riserva passam por um mínimo de 12 meses de envelhecimento em carvalho. Uma excelente opção de harmonização com outo ícone romano, a Carbonara.
Vermentino: uma variedade amplamente encontrada na ilha de Sardegna, a Vermentino resulta em rótulos homônimos que encantam os fãs de vinho branco. São extremamente aromáticos, florais e frutados. Na boca, são levemente encorpados. São vinhos ideais para harmonizar com peixes e frutos do mar.
Montepulciano: a região de Abruzzo nos oferece uma das mais incríveis expressões da Montepulciano, a segunda uva mais plantada da Itália. Os melhores rótulos são envelhecidos em carvalho, possuem aromas de frutas negras e taninos de alta qualidade. Dica de eatalyano: os melhores Montepulciano são envelhecidos por no mínimo 4 anos.
Trebbiano: a Trebbiano é uma variedade de uvas de alta adaptabilidade, sendo a uva branca mais produzida na Itália e também de produção significativa na França. Em Abruzzo, encontramos o estilo Trebbiano d’Abruzzo, rótulos brancos secos extremamente frutados e com muito frescor. Um excelente vinho para dias de calor.
Nero d’Avola: o tinto símbolo da Sicilia! O vinho é homônimo à variedade de uva utilizada em sua produção. Tem um perfil de sabor similar ao Cabernet Sauvignon – encorpado, aromas de frutas negras e vermelhas e taninos bem estruturados. É um vinho excelente para se apreciar envelhecido.
Primitivo: as uvas Primitivo são geneticamente idênticas às uvas Zinfandel, mas na Itália, o nome Primitivo é sinônimo de alta qualidade. Na região, são produzidos os Primitivo di Manduria e Primitivo del Salento. Ambos têm grande influência marítima no terroir, aromas terrosos, bem encorpados e alto teor alcoólico por conta da grande quantidade de açúcares naturais da uva.
Negroamaro: outro grande achado da Puglia é a Negroamaro. Os vinhos dessa variedade são de taninos médios e sua caracterísica aromática marcante são as especiarias – especialmente anis, canela, cravo e pimentas. De coloração púrpura, o clima quente da região garante às uvas alta maturação.